SOS ZIMBIRA
É indiscutível a importância das Unidades
de Conservação para a preservação do patrimônio natural de uma região, estado
ou município, principalmente porque as UC's são geridas por regulamentos,
normas e leis que tem como principal objetivo a recuperação do padrão de
qualidade ambiental daquelas áreas que já sofreram ou sofrem degradação e a
preservação das áreas que indicam fragilidade do ambiente e riqueza de
biodiversidade, dentre outros princípios de conservação ambiental,
regulamentados pelo SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação). SOS
Zimbira! A Zimbira é um conjunto de olhos d'água (nascentes) que ocorrem na
vertente norte da Serra do Periperi, a apenas 5 km do centro da cidade de Vitória
da Conquista e que são de muita importância como área de recarga do ciclo hidrológico
dos mananciais da Região do Córrego da Choça e do Rio Catolé - ambos cursos
d'água genuinamente conquistenses contribuintes da Bacia do Rio Pardo. A área
aonde se localizam as nascentes da Zimbira tem um histórico de antropismo
concentrado na exploração da pecuária com a implantação de pastagens exóticas,
o que afetou em muito sua conservação. A partir da década de 1970 foi
implantado no local o Distrito Industrial dos Imborés - Projeto do Governo do
Estado da Bahia que previa, dentre outras ações, a implantação de uma Àrea de
Conservação na Zimbira - Ocorre que com o passar do tempo essa ação não só foi
esquecida como também está sendo desconstruída, com a SUDIC loteando a área do
curso d'água e permitindo o aterramento dos lotes - o que acabou com fluxo do
córrego e compromete a conservação de uma área prevista em Lei (vide Código
Florestal): a APP (Área de Preservação Permanente) das nascentes - 50 m de vegetação no entorno
da mesma, como os 30
metros de cada lado do curso d'água interrompido pela
implantação do DI. Em um município com a qualidade ambiental extremamente
comprometida pelo desmatamento indiscriminado - com uma irrisória cobertura
florestal na casa dos 2 a
3 % que lhe valeu o Título Nacional de um dos maiores devastadores da mata
atlântica, não é mais possível aceitar que a nossa sociedade, com o
conhecimento que dispõe hoje, permita que ações em nome do
"desenvolvimento" comprometam ainda mais nosso patrimônio natural,
nossa biodiversidade e nossa qualidade de vida. Portanto, se faz urgente que a
comunidade conquistense cobre ações da SUDIC para a conservação desse santuário
da vida natural com suas nascentes, flora característica de região montana e
fauna bastante diversificada que é a ZIMBIRA! Exemplos nós temos por todo o
país de locais em que uma administração competente trouxe conservação e
desenvolvimento, através da prática de atividades de lazer, turismo de
caminhadas e contemplação. Portanto, é necessário que passemos da conversa a
ação e cobrarmos de quem quer que seja a responsabilidade de preservação da APP
da Zimbira, transformando-a em uma área de proteção ambiental legalizada, o que
como consequência resultará na conservação dos mananciais da Zimbira, na possibilidade
de ampliação dos equipamentos públicos de lazer e turismo e na contribuição
para a melhoria da qualidade de vida para a comunidade conquistense.
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